Promotor
Comuna Teatro de Pesquisa, CRL
Breve Introdução
O Espelho Ainda Está Partido?
Há perguntas que o tempo não apaga. Pelo contrário, torna-as mais urgentes, mais afiadas. Em 1967, quando Fernando Arrabal escreveu "O Arquitecto e o Imperador da Assíria", o mundo debatia-se com as suas próprias ruínas e reconstruções. A civilização questionava a sua própria definição, a barbárie espreitava sob o verniz do progresso e a liberdade era uma miragem para muitos.
Soa familiar?
Hoje, mais de meio século depois, olhamos à nossa volta e a pergunta ecoa com uma força renovada: em que ilha deserta nos encontramos? Quem dita as regras do nosso mundo? Quem é o "civilizado" e quem é o "selvagem" numa sociedade que consome tudo, desde a natureza até à própria identidade?
A Comuna - Teatro de Pesquisa, fiel à sua missão de ser mais do que um palco, mas um laboratório do presente, regressa não com uma resposta, mas com a mais pertinente das provocações. Trazemos de volta este texto icónico de Arrabal porque a sua relevância não diminuiu. Pelo contrário, tornou-se viral.
O "Imperador" vive numa era digital que nos ensina a "falar", a "pensar" e a "sentir" através de algoritmos. Enquanto o "Arquitecto" vive numa poética mágica.
A peça de Arrabal é o espelho grotesco e hilariante da nossa sociedade deteriorada: uma sociedade onde os jogos de poder são disfarçados de entretenimento.
O que acontece quando o mundo da razão choca com o mundo sensível? Quando o poder e a inocência trocam de máscara tantas vezes que já não sabemos quem é quem?
A Comuna não vos convida apenas a assistir a uma peça. Convida-vos a participar numa autópsia. Uma autópsia da nossa "civilização", das nossas relações, das nossas próprias contradições. Porque o grande teatro, o teatro que investiga e que incomoda, não nos dá o conforto das respostas fáceis. Ele entrega-nos o bisturi e pergunta: "Onde dói mais?"
A cortina vai subir. E a ilha somos todos nós.
Bem-vindos a este espectáculo. Bem-vindos à Comuna.
Ficha Artística
Texto | Fernando Arrabal
Encenação e versão cénica : João Mota
Interpretação :
Francisco Pereira de Almeida
Rogério Vale
Assistentes de Encenação : Miguel Sermão
Madalena Nestório (estagiária Escola Secundária D. Pedro V)
Desenho de Luz : Paulo Graça
Ambiente Sonoro e Sonoplastia : Hugo Franco
Cenografia : Renato Godinho | João Mota
Operador de Luz/Som : Hugo Franco | Bruno Simões
Técnicos de Montagem : Renato Godinho | Assunção Dias
Fotografia : Pedro Soares
Gabinete de Produção : Rosário Silva | Carlos Bernardo | Catarina Oliveira
Assistência Geral : Assunção Dias | Selma Meira | Julieta Lucas
Estagiário Técnica : Bruno Simões
Preços
Preço inteiro - 15€
Prof. de Espectáculo – 10€
Dia do Espectador (4ª e 5ªfeira) – 12,5€